As amigas Lisiane Cristine e Heloísa de Fátima ingressaram no Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e terão a possibilidade de cursar o ensino médio e estudar Mecânica e Informática. As estudantes têm em um comum o fato de terem participado do Projovem Urbano.
Após a separação dos pais, em meados de 2001, Lisiane foi obrigada a largar os estudos e trabalhar para ajudar a mãe com as despesas. Sua adolescência pode ser resumida em constantes problemas de saúde que persistiram até a idade adulta e sempre a impediam de retomar os estudos.
Em 2015, a jovem viu na TV uma matéria sobre o Projovem Urbano. Na época, a promessa do Programa de concluir o Ensino Fundamental e ao mesmo tempo obter uma qualificação profissional em 18 meses reacendeu em Lisiane o interesse pela sala de aula.
Incentivada pelo esposo, ela procurou a Secretaria Municipal de Educação (Semed), realizou a inscrição e começou a estudar. Ainda em 2015, o destino lhe pregou uma peça com o falecimento do marido que tanto a estimulou a estudar. Seu sofrimento se intensificou com a perda da mãe alguns meses após. Mais uma vez, ela pensou em desistir dos estudos e entrou em depressão.
Em 2016, Lisiane conclui o tão sonhado Ensino Fundamental através do Projovem Urbano e, encorajada por uma amiga, participou da seleção para uma vaga no Ifal e foi aprovada. “Eu sou a prova viva que quando uma pessoa quer de verdade não existe nada no mundo que a impeça. Nunca desista de seus sonhos, siga em frente e não olhe para trás. Nós podemos tudo, basta querer e ter força de vontade. O Projovem mudou minha vida e pode mudar a sua também”, afirmou.
Heloisa também foi aluna do Projovem Urbano em 2015. Aos 15 anos Heloisa engravidou e teve que abandonar os estudos. Assim como sua amiga Lisiane, Heloisa ficou sabendo pela TV da existência do Projovem Urbano e resolveu retomar um sonho antigo: cursar Direito e prestar concurso para delegada federal. O primeiro passo foi dado no ano passado com a conclusão do Ensino Fundamental oferecido gratuitamente através do programa. Fato que lhe possibilitou prestar exame para o Ifal e ingressar no Instituto. Em poucos anos, a estudante estará apta para ingressar em uma Universidade e dar continuidade ao seu sonho.
“O apoio dos professores do Programa foi fundamental. Eles são sensíveis às nossas lutas e me ajudaram muito. Meu sentimento é de pertencimento e gratidão aos professores e amigos que fiz por lá. Sempre irei me orgulhar de ter feito parte do Projovem”, disse Heloísa.
Desde sua implantação em Maceió, em 2006, o Projovem formou mais de 7.500 alunos com idades entre 18 e 29 anos. A proposta do ProJovem é elevar a escolaridade de homens e mulheres com idade entre 18 e 29 anos que, por alguma razão, abandonaram os estudos e desejam reingressar à escola.
O ProJovem oferece a possibilidade de conclusão do Ensino Fundamental e qualificação profissional, contemporaneamente, com cursos de turismo e hospitalidade, administração e telemática. Desta forma, a iniciativa proporciona conhecimento, maiores oportunidades e ganho de autoestima para esses jovens.
Thiago Guimarães (estagiário)/ Ascom Semed
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