quinta-feira, 31 de maio de 2018

Semed promove concurso de quadrilhas matutas



A Secretaria Municipal de Educação (Semed) promove, nos dias 4, 5 e 6 de junho, o 17º Concurso de Quadrilhas Matutas, organizado em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc). O evento acontece no Centro Esportivo e Cultural do Sesc Poço, a partir das 17h, e contará com apresentações de quadrilhas formadas por alunos da rede municipal de ensino, além da participação especial da Junina Santa Fé.

Participam do concurso 298 alunos da rede municipal divididos em 12 quadrilhas de 10 escolas. A programação conta com o concurso de quadrilhas matutas e apresentação de danças folclóricas. Serão critérios julgados na competição originalidade, desempenho, animação, marcação e pontualidade. As escolas que obtiverem as três maiores notas participarão da grande final, no dia 6 de junho.
A organização do concurso é um trabalho do setor de Ação Cultural da Semed que, desde março, trabalha a temática junina nas unidades escolares. “Para ajudar pedagogicamente, foram ministradas aulas sobre a história por trás das quadrilhas, que foram inspiradas nos grandes bailes franceses do século XVIII. Além das aulas, foram distribuídas cartilhas com curiosidades sobre as festas juninas e propostos modelos de casamento matuto, tudo isso para ensinar aos nossos alunos sobre a cultura local e colaborar na produção das equipes”, informou Emanuel Galvão, técnico do setor de Ação Cultural da Semed.
A premiação simbólica será realizada logo após a apresentação das quadrilhas que obtiverem as melhores colocações no último dia do evento. O melhor marcador de quadrilha também receberá um troféu especial. O concurso será aberto ao público em geral e terá entrada gratuita porém, a comissão solicita que o público leve um quilo de alimento não perecível ou roupas e agasalhos em boas condições de uso. O material arrecadado será distribuído para instituições de caridade.

Serviço
:
O quê? –  16º Concurso de Quadrilhas Matutas Sesc/Semed
Onde?  – Sesc/Poço
Quando?  – 04, 05 e 06 de junho
Horário?  – A partir das 17h
Entrada?  – 1 Kg de alimento não perecível
Eduardo Araújo (estagiário) – Ascom Semed

Educação utiliza o xadrez para desenvolver habilidades



De olho no tabuleiro de xadrez, Malkon Gabriel, de 11 anos, do 5º ano do Ensino Fundamental gosta de jogar mais com a Rainha. “Ela tem mais liberdade e se movimenta de todas as formas”. O seu adversário, Lucas Macedo, 14, do 7º ano se mostrou mais prudente. ”Tenho que pensar muito e ter muito cuidado antes de mexer com as peças. Basta um descuido e você ganha um xeque mate. Sou cuidadoso com as minhas decisões”, disse.

Para muitos, o xadrez é referenciado como uma mistura de arte e ciência. Para a professora de Matemática Rosilene Nunes de Lima, o jogo é uma ferramenta de aprendizado utilizado em suas aulas na Escola Municipal Haroldo da Costa, localizada no bairro de Salvador Lyra.
Com sua orientação, seus alunos aprendem a confeccionar as peças do jogo, entender seu significado e a movimentação de cada uma delas. Rei, Rainha, Peão, Torre, Cavalo e Bispo se tornam peças chaves nas estratégias de comando.
“Neste jogo, vitória, derrota ou empate em uma partida dependem unicamente de raciocínio lógico da capacidade de cada jogador de analisar as alternativas de cada posição e por em prática seu plano com o objetivo de vencer o adversário. Usar estratégias é tudo que nossos alunos precisam para desenvolver cada vez mais as suas habilidades”, frisou a professora.
Guilherme dos Santos Lopes, 11 anos, disse que o cuidado durante a partida é proteger o Rei. “Você pode mexer com o Rei, mas tem que deixar sempre ele em um lugar seguro e protegido do ataque do adversário. Nesse jogo a gente precisa ter muita paciência e prestar atenção nas decisões”, afirmou.
“Utilizamos o xadrez para desenvolver o pensamento sistemático e organizado dos nossos alunos. Com isso eles aprendem a ganhar e perder, respeitar o adversário, além de trabalhar a memória e a concentração nas aulas de matemática”, ressalta a professora responsável pelo projeto. “A prática do jogo de Xadrez nas escolas é uma atividade que, além de propiciar lazer, também permite valorizar o raciocínio por meio de uma atividade lúdica”, acrescentou Rosilene.
“Sou técnica do Laboratório de Matemática da escola desde 2007. O laboratório já era um dos meus objetivos para nossas oficinas de Geometria e Álgebra. Com a reforma da Escola, ganhamos o laboratório e colocamos em prática o Projeto de Xadrez”, disse Rosilene. Hoje já são 22 alunos monitores da escola, concursados por meio de seleção para a monitoria do nosso Projeto. “Eles já foram agraciados com medalhas, troféus e camisetas numa grande confraternização com a presença da comunidade escolar e familiares dos alunos”, ressaltou.
Rosilene disse que a meta desse ano de 2018 é ampliar a disputa com outras escolas municipais. “Já estamos conversando com os diretores de escolas vizinhas e nossos monitores irão ensinar a arte do jogo de xadrez para outros alunos. Isso tudo dentro do nosso projeto de aulas de Matemática”, finalizou.
João de Oliveira Filho/ Ascom Semed

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Escolas debatem combate ao abuso sexual de crianças


Na Escola Municipal Audival Amélio da Silva, do Sítio São Jorge, os alunos do 4º ano assistem atentos a um vídeo que mostra uma situação de abuso. “O Segredo”, da série de animação Os Pássaros e as Abelhas, conta a história de Nara, uma garotinha que sofre abuso sexual e não sabe lidar com isso. Quando sua professora percebe que algo está acontecendo com ela, a chama para conversar e acaba descobrindo o que um amigo da família fazia com ela. Com isso, Nara se livrou de um segredo doloroso.
A história de Nara é ficcional, mas se repete em muitas famílias e grande parte dessa violência acontece dentro de casa. Por esse motivo, o serviço social da unidade escolar promoveu ações alusivas à campanha do dia 18 de maio, que engloba atividades de conscientização e combate ao abuso e exploração sexual de crianças.
Dados do Disque 100, principal canal de denúncia a respeito de violações dos direitos humanos, mostram que em 2017 foram feitas mais de 20 mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes em todo o Brasil, um aumento de quase 30% em relação ao ano anterior. De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), em Alagoas foram feitos, de janeiro a maio deste ano, 343 exames de conjunção carnal em jovens de até 17 anos. O exame é feito para atestar a ocorrência de relação sexual.
A campanha teve como principal objetivo incentivar as crianças a expor situações de violação e abuso. A temática foi trabalhada em toda a escola e contou com a participação e engajamento da equipe da unidade. Foram trabalhadas com os alunos contação de histórias, exibição de filmes, aplicação de dinâmicas de grupo, confecção de cartazes, pintura, colagem e desenhos.
Ao todo, 230 estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, além dos Programa Acelera e Se Liga, participaram das atividades que aconteceram entre os dias 2 e 24 de maio.
Lara, do 4º ano, disse que esse projeto foi muito educativo. “Precisamos saber mais sobre algumas coisas que pessoas ruins podem fazer com a gente. Eu aprendi que nenhum estranho pode tocar em nós, e caso alguém toque, precisamos contar aos nossos pais para que eles façam alguma coisa”, disse a estudante.
Além do trabalho com as crianças e adolescentes, foi distribuída uma cartilha informativa aos educadores e técnicos da escola. O material mostra os principais sinais e formas de identificar crianças que estejam sofrendo esse tipo de violência, além de descrever os comportamentos que elas apresentam nesse tipo de situação e como costumam se sentir.
A professora Tânia Lima explica como trabalhou o tema em sala de aula com seus alunos. “Após a exibição do filme, fizemos um debate em sala de aula”, afirmou.

A assistente social da Escola Audival Amélio, Lourene Galdino, destacou a importância de se trabalhar a temática nas escolas. Para ela, conscientizar a comunidade escolar é fundamental para evitar esse tipo de violação aos direitos das crianças e adolescentes. “A proteção social dos alunos deve ser tratada como prioridade absoluta. Além disso, nosso foco é enfatizar a denúncia como principal instrumento de concretização das ações que promovemos na escola”, ressaltou.
Para encerrar o mês de conscientização do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) promoveu, na segunda-feira (28), o Seminário de Enfrentamento à Exploração e Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes. O evento teve como objetivo orientar professores, coordenadores, assistentes sociais, gestores e técnicos da rede municipal de ensino para debater a temática, além de convocar os agentes educacionais ao engajamento contra a violação dos direitos sexuais.
“A melhor maneira de se combater a violência sexual contra essa parcela da população é prevenir. Por isso, é necessário um trabalho informativo com os profissionais da área de educação e a sensibilização da população em geral”, contou a coordenadora de centros e núcleos da Semed, Ticyane Bentes.
Além da Escola Municipal Audival Amélio, outras unidades promoveram atividades alusivas à campanha. Todo o trabalho contou com o apoio da comunidade escolar e familiares.
Eduardo Araújo (estagiário)/ Ascom Semed

terça-feira, 29 de maio de 2018

Prefeitura e Pnud promovem planejamento escolar



A Secretaria Municipal de Educação (Semed), em parceria com o Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento (Pnud), realiza nesta terça-feira (29) e quarta-feira (30), um workshop de planejamento da gestão educacional. O evento está sendo realizado no Hotel Ponta Verde e reúne educadores de toda a Rede Municipal de Ensino.

O objetivo da Semed com o workshop é construir um plano estratégico integrado com as Diretorias Administrativas e o Centro de Formação, alinhando as prioridades da Rede Municipal de Ensino.
De acordo com a secretária municipal de Educação, Ana Dayse Dorea, o workshop é um momento importante para a educação pública de Maceió. “Como condutora e com a responsabilidade que tenho de conduzir a Educação de Maceió, assumo o compromisso de promover mudanças, mudanças necessárias. Por isso estamos aqui para fazer uma analise e um replanejamento de todo o processo administrativo”, destacou a secretária.
“Acredito muito na equipe da Semed, nós temos capacidade de fazer, queremos fazer e sabemos fazer. Esse é o diferencial. Nossos números estão mudando, ainda não estão onde queremos, mas com todo esse trabalho e investimentos vamos fazer grandes mudanças”, acrescentou Ana Dayse.
A coordenadora-geral do projeto Semed/Pnud, Rita Hipólito, também participou do workshop e reafirmou o papel da cooperação técnica com a Prefeitura de Maceió.
“Nosso papel vai além do apoio técnico. No entanto, é importante ressaltar que esse apoio embasa na missão do projeto de fortalecer o processo de reestruturação da Rede, iniciado em 2013. Hoje, o Pnud está fortalecendo as competências locais, as pessoas e toda suas potencialidades, não somente de planejamento, mas também de resultados”, afirmou.

Neste primeiro dia, o assessor-executivo da Secretaria Municipal de Governo (SMG), Manoel Messias, conferiu a palestra “A arte de gerenciar com planejamento”. Para ele, a palavra de ordem é planejar.
“Estamos aqui para fazer planejamento. Quero dizer que pensar e planejar são conquistas diárias. Depois que o bichinho do planejamento morde a gente, passamos a perceber como é bom ter estratégias. Sendo assim, a gente entende que ter estratégia e saber para onde ir, caso contrário, não chegaremos a lugar nenhum”, conclui.
Janaína Farias / Ascom Semed

domingo, 27 de maio de 2018

Ejai cumpre a missão de ensinar jovens, adultos e idosos


Um relato sobre o cotidiano de dois professores da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (Ejai) nas escolas da Rede Municipal de Maceió.
Por Thiago Guimarães (Ascom PNUD)
Foto: Maciel Rufino/Secom Maceió

Recomeçar. Uma palavra simples, mas que toca de maneira particular o íntimo de jovens, adultos e idosos que não tiveram a oportunidade de concluir os estudos, mas pretendem retornar à sala de aula. Para esse perfil de estudante, há duas décadas, existe Educação de Jovens e Adultos (EJA) – regulamentada pela Lei das Diretrizes e Bases da Educação LDB (9.394/96) como dever do Estado.
A EJA é uma modalidade de ensino público que perpassa todos os níveis da Educação Básica e tem por finalidade oferecer a possibilidade de conclusão do Ensino Fundamental e/ou médio aos estudantes acima de 15 anos que estão afastados da escola. Em Maceió, a nomenclatura EJA passou a ser chamada Ejai – a partir da resolução nº 03/2016 do Conselho Municipal de Educação – Comed –, por incluir os idosos nessa modalidade de ensino.
Não existe um público-alvo para a Ejai. Entretanto, dois principais grupos se inserem nessa modalidade de ensino: o primeiro constitui-se por pessoas adultas e/ou idosas, com baixa ou nenhuma escolaridade, que viveram em uma época em que o acesso à educação era mais difícil, ou mesmo que tiveram que trabalhar muito cedo para sustentar a família; o segundo grupo – cada vez mais numeroso e heterogêneo – é composto por jovens que tiveram uma trajetória de vida marcada por muitas adversidades, dentro e fora dos muros daescola.
No início do ano, na escola regular, as salas de aula costumam estar sempre cheias. Com o passar dos meses, esse cenário pode mudar, pois inúmeros motivos podem conduzir o aluno ao abandono. Diante dessa situação, sabe-se que nem sempre é fácil voltar a estudar após alguns anos fora da escola. Sem o estímulo necessário, a segunda tentativa – muitas vezes – pode significar a última se a escola não for acolhedora, interessante que entenda as reais necessidades desse aluno.
Nesse processo de readaptação e aprendizagem, existe um personagem fundamental, que não somente compartilha conhecimento, mas motiva, apoia e cria possibilidades para que o próprio aluno refaça sua trajetória e dê prosseguimento ao seu projeto de vida: o professor da Ejai.
Educação como arte de vida
Há onze anos atuando na rede municipal de ensino de Maceió, Regileno Luís de Souza – carinhosamente conhecido como professor Régis, atualmente é vice-diretor da escola municipal Luiza Suruagy, no bairro do Ouro Preto. Ator por formação, ele conhece de perto a realidade desses alunos, pois lecionou arte durante sete anos para turmas da Ejai em três escolas da rede.
Tudo começou em 2009, quando Régis foi convidado a lecionar para uma turma de Jovens e Adultos da escola Lamenha Lins, no bairro do Jacintinho. Até então, suas experiências em sala de aula se limitavam ao ensino fundamental regular. Ainda assim, o jovem professor aceitou o desafio.
Foto: arquivo pessoal
No início foi difícil. Por não ter convívio com esse perfil de aluno, eu não tinha noção do que estava por vir. Daí fui em busca de literaturas e outras fontes de pesquisas que me ajudassem a entender quem é esse aluno, o que ele quer. Aos poucos, eu fui aprendendo a me relacionar com eles e compreendi que educar o estudante da Ejai poderia ser uma grande troca de experiências”, resume.
Como professor “Paulo Freireano”, como ele mesmo se define, Régis buscava trazer dos palcos para dentro da sala de aula sua bagagem de conhecimentos adquiridos ao longo de quase 30 anos dedicados às artes cênicas. O trabalho multidisciplinar, que engloba todas as disciplinas básicas, como história, geografia e português, deixava as aulas mais instigantes, estimulando a permanência desses alunos. Além disso, o então professor abordava e discutia situações que refletiam a realidade social dessas pessoas.
Vejo que ainda há uma resistência do professor que está acostumado com a educação tradicional. O professor da Ejai precisa viver a escola e sentir-se parte integrante dela. Não basta somente passar o conteúdo do currículo, é preciso dialogar com esse sujeito, saber ouvi-lo, compartilhar vivências. Se não for um conteúdo que dialogue com o seu meio social, com o lugar de onde ele vem e seus problemas do dia a dia, não interessa”, avalia.
Foto: arquivo pessoal
Munido de muita experiência vivida no chão da escola, Régis aceitou o desafio da gestão educacional há quase dois anos, o que lhe permitiu ter uma visão ainda mais ampla da questão pedagógica. Para o professor Régis, o grande diferencial do aluno Ejai é o fato de eles estarem ali por livre e espontânea vontade, não por obrigação. Apesar disso, ele conta que, no início, alguns têm vergonha de escrever ou até mesmo de falar sobre si. Mas, aos poucos, a vontade de aprender e superar seus limites vence o medo e a timidez.
Eles trazem consigo experiências de muita labuta, de negação, negligências. São inseguros, com baixa autoestima, tímidos. Eu busco me envolver com os alunos para compreender melhor como posso ajudá-los. Eles precisam ser encorajados o tempo todo, pois têm muito potencial. A arte, como forma de expressão artística, serve como uma janela para o mundo e pode transformar essas pessoas de dentro para fora. Através dela, os alunos podem enxergar as coisas ao seu redor com um olhar particular, infinito, de mil e uma possibilidades”, considera.
Em 2015, o professor Régis iniciou uma pesquisa de doutorado na Universidade de Santiago – USEK, no Chile, onde defende uma tese sobre os jogos dramáticos e teatrais como ferramenta fundamental na melhoria de expressão do sujeito da educação de jovens, adultos e idosos das escolas de Maceió.
Educar de corpo e alma
Muitas vezes, o amor pela educação vem de berço, literalmente. Filho de educadores, o professor Sérgio Lima cresceu em um ambiente onde a educação sempre foi prioridade. Apesar da formação em história e direito, foi na educação de jovens e adultos que Sérgio encontrou seu lugar. Há oito anos, ele é professor de história, geografia e educação para o trabalho para os alunos Ejai da escola municipal Don Hélder Câmara, no bairro do Feitosa.
Foto: arquivo pessoal
Nunca quis advogar, pois acredito que o centro das mudanças sociais está na educação. Meus pais e irmãs são professores e eu também decidi ser por acreditar nessa mudança”, salienta.
Assim como Régis, o professor Sérgio aposta na força do diálogo dentro da sala de aula como mola propulsora para se despertar no aluno o pensamento crítico sobre sua própria realidade. Ele define a escola como continuidade da vida do aluno, não como algo isolado, mas que pertence à comunidade e reflete o que a sociedade quer.
Apesar das enormes dificuldades da escola pública, eu acredito nesse processo. Você começa a acreditar que a coisa pode mudar por ali e você também será responsável por essa transformação. Parece utópico, mas a educação te convoca a participar de algo muito importante que pode mudar a sua realidade e das pessoas que você convive. É contagiante”, conta.
Em sua dinâmica de trabalho, Sérgio busca trabalhar com as histórias de vida desses estudantes, para que se identifiquem com o conteúdo transmitido em aula e, com isso, sintam-se estimulados a participar. Por se tratar de indivíduos com idades e níveis de aprendizagens diferentes, o professor opta por uma linguagem acessível, de modo que todos compreendam o que se pretende transmitir e interajam, desde aquele estudante de 15 anos até mesmo os idosos.
Foto: arquivo pessoal
Eu gosto muito deles porque existe a possibilidade de se construir um real projeto de vida. Grande parte dos meus alunos sonham em dar prosseguimento aos estudos e isso é o que nos move”, complementa.
Sérgio acrescenta que a violência e o analfabetismo estão interligados e as dificuldades são intermináveis, pois o público da EJAI vem de outra realidade, de exclusão e renúncias. Boa parcela deles, sofrem ou já sofreram algum tipo de violência ou estão desempregados, e isso mexe diretamente com a autoestima dessas pessoas. Ainda segundo o educador, a atuação do professor é determinante para combater a evasão nessa nova etapa de suas vidas.
A educação é também uma questão de militância. Nós temos muitos alunos com problemas diversos, que trabalham o dia inteiro, mas que à noite estão ali de coração aberto para aprender. Confiam no nosso trabalho. Estabelecemos um vínculo afetivo, uma amizade. É preciso ter sensibilidade para compreender cada caso e ajudá-los da melhor maneira possível. O desafio do professor é tão árduo quanto o do aluno”,considera.
Sérgio e Régis são apenas dois dos cerca de 400 professores que atuam com a educação de jovens, adultos e idosos nas escolas públicas de Maceió.
Sobre a Ejai em Maceió
Ao todo, 51 escolas da rede ofertam esse modelo de educação para a conclusão do ensino fundamental nos dois segmentos: o primeiro para alunos dos anos iniciais (1º ao 5º ano), e o segundo para alunos dos anos finais (6º ao 9º ano). Para se matricular, basta comparecer na escola mais próxima e levar um documento com foto e, caso possua, declaração ou histórico de escolarização. Nos casos de não comprovação de escolaridade, o aluno passará por uma avaliação feita pela equipe pedagógica para saber em qual segmento de aprendizagem ele se encaixa.
As unidades de ensino estão distribuídas em todos os bairros da capital e atendem cerca de 7466 estudantes (Dados: Inep 2017). Além da Ejai, a Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed) também desenvolve o Programa Nacional de Integração de Jovens (Projovem) e o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), que dão suporte ao Ejai na busca por uma Maceió com um menor índice de analfabetismo e com maior igualdade entre as pessoas.
Pesquisa de Analfabetismo
A partir de uma demanda da rede, com o apoio técnico do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), foi realizado um estudo entre 2010 e 2015 onde revelou que a taxa de pessoas analfabetas em Maceió caiu de 11,4% para 8,3%. Com a redução, a capital passa a alcançar um índice de analfabetismo bem próximo da média nacional, de 7,8%.
Seminário Sobre Analfabetismo Semed.
Foto:Marco Antônio/Secom Maceió
Os resultados da pesquisa intitulada Universalizar a alfabetização em Maceió: subsídios para a política pública – conduzido pelo International Policy Center for Inclusive Growth (IPC-IG), sob supervisão do PNUD –, foram divulgadas durante o evento “Enfrentamento do Analfabetismo em Maceió: Discutindo Inovações para Orientações da Educação de Jovens, Adultos e Idosos”, ocorrido em agosto no município. Os resultados sugerem que os investimentos da pasta na modalidade de ensino Ejai e a permanência de crianças no ensino fundamental tem surtido um resultado positivo.
Guia das Orientações Curriculares da Ejai
No último ano, a parceria Semed/PNUD completou a série de instrumentos orientadores para todas as etapas e modalidades de ensino – instrumentalizando os profissionais da Rede Municipal de Ensino de Maceió para a implementação de uma política educacional, cujos princípios e conceitos se traduzem em guias de práticas pedagógicas para uma mudança no processo de ensino-aprendizagem.
caderno Orientações Curriculares para a Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) – publicação pedagógica da Semed, com o apoio técnico do Programa das Nações Unidas e da Ufal, foi produzido e lançado em 2017 com o objetivo de nortear o “fazer pedagógico” dos profissionais da educação desta modalidade de ensino.

livro possui informações que apontam características fundamentais para entender o contexto histórico nacional, internacional e local da Ejai e o perfil histórico e social dos estudantes, além de sistematizar práticas pedagógicas inspiradas na educação popular de Paulo Freire, que desenham a metodologia da rede temática e orientam os professores e gestores com conceitos e didáticas do cotidiano das escolas. Com esse material,a rede de Maceió possui uma referência pedagógica e histórica construída com contribuições coletivas de professores, técnicos e especialistas.
O relatório de analfabetismo, produto, também, de um trabalho de escuta e de debate com especialistas, técnicos e lideranças locais, serviu de subsídio estratégico para a elaboração do caderno da Ejai, que já está impresso e começa a ser distribuído e implementado este ano em todas as escolas da rede que oferecem esta modalidade de ensino.

Um sonho possível
Para esses estudantes, concluir os estudos não representa apenas lograr o diploma. Significa superar medos e incertezas, conquistar autonomia, recuperar a autoestima e a dignidade. Pode significar, também, o início de um grande sonho, possível, palpável.
Foto: João Oliveira/Semed Maceió
É preciso pensar no aluno desta modalidade como um sujeito de direito, com potencial, que traz uma bagagem de experiências de vida que pode e deve dialogar com modelos interdisciplinares de currículo, plasmados em seus planos e metas pessoais.
Para os que não tiveram oportunidade de concluir os estudos e pensam em superar mais essa etapa, basta procurar a escola da rede municipal mais próxima e recomeçar.

sábado, 26 de maio de 2018

Seminário discute abuso e exploração de crianças e adolescentes


Seminário encerra a programação do mês
de combate ao abuso e exploração.
A Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed), por meio da Coordenadoria de Centros e Núcleos, realiza na próxima segunda-feira (28) das 13h às 17h, no auditório da Escola Superior de Magistratura de Alagoas (Esmal), o Seminário de Enfrentamento à Exploração e Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes.

O evento tem o objetivo de mobilizar a comunidade escolar e convocá-la ao engajamento contra a violação dos direitos sexuais. Assistentes sociais, gestores e técnicos da Rede Municipal de ensino participam da atividade alusiva ao dia 18 de maio, estabelecido como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
“A melhor maneira de se combater a violência sexual contra essa parcela da população é prevenir. Por isso, é necessário um trabalho informativo junto aos profissionais da área de educação e a sensibilização da população em geral”, ressalta a coordenadora de centros e núcleos da Semed, Ticyane Bentes.
Confira a programação do evento
Palestrante: Anderson Passos – juiz e coordenador de Projetos Especiais da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal).
Tema: Prevenção e Proteção na ótica do Judiciário.
Palestrante: Adriana Gusmão Moreira – titular da Delegacia Especial de Crimes contra Criança e Adolescentes.
Tema: Índices de casos de Abuso e Exploração sexual contra Crianças e Adolescentes.
Palestrante: Rita Ippolito – coordenadora-geral do projeto Semed/Pnud
Tema: Direitos Humanos e Educação
Palestrante: Dalva Tenório – promotora da 14ª Vara Criminal de Maceió
Tema: Abordagem e Encaminhamentos em casos de Abuso e Exploração Sexual.
Eduardo Araújo (estagiário)/ Ascom Semed

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Estudantes debatem cidadania e justiça em seminário na Esmal


Na tarde da última segunda-feira (21),  estudantes e professores de escolas públicas de Maceió se reuniram no auditório da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal) para participar do Seminário “Educação pela Paz, Cidadania e Justiça, eu apoio!”. O encontro foi promovido pela Organização Não Governamental Maceió Voluntário, em parceria com a Esmal – por meio do Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE). Na ocasião, os estudantes participaram de um ciclo de palestras que abordou assuntos como controle de armas, direitos humanos e abuso sexual.

Participaram do evento cerca de 250 estudantes das Escolas Municipais João Sampaio e Elizabeth Anne Lyra Lopes, e da Escola Estadual Edmilson Pontes, além de especialistas, técnicos e professores. O debate teve como tema central a educação como instrumento de transformação e pacificação social – conceito defendido por todos os especialistas convidados como ferramenta chave para uma sociedade mais pacífica. Uma das palestrantes foi Rita Ippolito, coordenadora-geral do Projeto Semed/ PNUD, que falou sobre direitos humanos, educação e assuntos correlacionados.
A coordenadora do PNUD defendeu o reconhecimento e respeito aos direitos e deveres da criança e do adolescente, em sua individualidade, dentro e fora do cotidiano escolar, bem como o desenvolvimento saudável e integral desses jovens.
Para Luzia Maria Rodrigues, responsável pelo PCJE nas escolas da Rede Municipal de Ensino, o seminário é uma oportunidade para disseminar conceitos como a cultura do respeito, violência e abuso sexual, drogas e desarmamento, assim como apontar caminhos para promover a paz. “Nosso intuito é que os conhecimentos apreendidos nesta tarde possam repercutir nas vidas desses jovens e, com isso, contribuam para a formação de cidadãos mais conscientes e respeitosos”, afirmou.
Thiago Guimarães/ Ascom PNUD

Nova base curricular é apresentada a coordenadores


Formação acontecerá durante todo o ano e para todas as disciplinas.
Foto: Ascom Semed
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) promoveu nessa quarta-feira (23), no Centro de Formação Paulo Freire, a primeira etapa da formação de coordenadores pedagógicos da rede municipal de ensino. O intuito do encontro foi discutir o que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz de novo às disciplinas trabalhadas no Ensino Fundamental e apresentar as principais mudanças para que esse conteúdo seja trabalhado em sala de aula.

Coordenadores de todas as escolas da rede participam da formação.
Foto: Ascom Semed
Na ocasião, a equipe de técnicos da Semed abordou o que a base trará para as disciplinas, o que muda e os novos componentes curriculares. No caso de matemática, tema do primeiro encontro, uma das temáticas debatidas foi a presença da álgebra desde os primeiros anos do ensino fundamental. Os coordenadores também tiraram dúvidas de como essa inserção deve ser feita em sala de aula e o que se espera que as crianças aprendam com o novo conteúdo proposto.

De acordo com o técnico Romário Mendes, a formação serve como instrumento de tomada de conhecimento da nova dinâmica que a BNCC traz à rede. “Os coordenadores trabalharão em conjunto com os professores para adequar o currículo atual ao que é solicitado pela base”, pontua. Ainda de acordo com ele, serão realizados encontros quinzenais para discutir todas as disciplinas ao decorrer do ano.
Eduardo Araújo (estagiário)/ Ascom Semed