quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Semed realiza seminário para discutir as relações etnicorraciais no cotidiano escolar


Foto: João Filho




A Secretaria Municipal de Educação (Semed), por meio da Diretoria Geral de Ensino e o Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Diversidade Étnico-Racial (Neder) realizou, nesta quinta-feira (30), um seminário para discutir as relações etnicorraciais no cotidiano escolar e perspectivas na prática interdisciplinar, celebrando o 11º aniversário da Conferência de Durban, na África do Sul.

O evento contou com a palestra do professor Mestre do Centro Universitário Cesmac, Zezito Araújo e foi dirigido para diretores, coordenadores pedagógicos e professores de educação infantil, fundamental e de Jovens e Adultos de escolas da rede municipal.

A coordenadora do Neder, Rosário de Fátima da Silva, afirmou que a ideia do seminário foi discutir também, a implantação e implementação da lei n.º 10.639/03, que incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-brasileira”.

O conteúdo programático a que se refere a lei incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

Para Rosário de Fátima, é importante que as escolas, não só trabalhe o estudo em questão como estudo obrigatório ou em trabalhos em data comemorativas. “É preciso muito mais. As escolas precisam realizar mais oficinas, seminários e projetos sobre o tema, ao logo do ano, só assim poderemos eliminar os preconceitos ainda presentes no cotidiano de nossas escolas’, afirma.

Durante sua palestra, o professor Zezito Araújo falou de suas experiências relacionadas ao tema e falou a respeito da cultura negra e as relações étnicas raciais no cotidiano escolar.

Conferência de Durban

Há 10 anos, foi realizada a I Conferência Mundial contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e as formas conexas de intolerância. Foram 173 países, quatro mil organizações não governamentais e um total de 16 mil participantes. O Brasil estava presente com 42 delegados e cinco assessores técnicos.

Ao fim do conferência, foram elaboradas a Declaração de Durban e uma plataforma de ação a fim de direcionar esforços e concretizar ações às intenções da reunião. No Brasil, a Declaração de Durban influenciou diversas áreas, entre elas, o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que passou a utilizar o critério de auto declaração de cor/raça em suas entrevistas. O Estatuto da Igualdade Racial também é um dos resultados da conferência.

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