quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Professores municipais socializam experiências do MentesInovadora



O Programa MenteInovadora, desenvolvido pela Mind Lab em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), promove nesta sexta-feira (7), a socialização de práticas exitosas dos professores das escolas municipais de Maceió. O evento acontece a partir das 8h, no Centro Cultural Arte Pajuçara.
Segundo a coordenadora do Mind Lab, em Maceió, Fabiana Coelho os dez professores finalistas das práticas exitosas apresentarão seus projetos destaques. “Dos cinco primeiros colocados, o primeiro lugar vai disputar em janeiro de 2019, a etapa nacional de práticas exitosas do ensino público que vai acontecer em São Paulo”, destacou.
Participam das apresentações as professoras da Escola Municipal Zilka de Oliveira, Maria Cláudia Cardoso Santos, com a atividade sobre Sólidos geométricos, Egna Débora Machado com Organização espacial funcional, e Adriana Maia Ramires Ferreira abordando atividades sobre Relações espaço temporal.
A professora Adelaide dos Santos da Escola Municipal Gerusa Costa Lima vai apresentar o tema Estimulando a mente de alunos com deficiência intelectual através de jogos da Mind Lab. A Escola Zumbi dos Palmares vai participar com atividades sobre histórias de livros paradidáticos, com contextualização e o jogo do lobo e ovelha que será apresentado pela professora Maria de Fátima Batinga de Oliveira Alves.
Participam também as professoras Cláudia Adriana Lins Vanderlei, Gilvânia Domingos de Melo, Débora Angelica Silva, Mônica Santos e o professor Felippe Monteiro Moraes da Escola Selma Bandeira.
Sobre a A Mind Lab
A MindLab é reconhecida mundialmente por sua abordagem inovadora voltada para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais de crianças e jovens, para que eles estejam preparados para enfrentar os desafios da vida moderna. Fundada em Israel em 1994, a empresa já beneficiou mais de 2 milhões de estudantes ao redor do mundo, com presença em 25 países, dentre eles China, Estados Unidos, Reino Unido e Turquia. Sua metodologia exclusiva conta com três pilares: jogos de raciocínio, usados intencionalmente, métodos metacognitivos e professor mediador, apoiando os estudantes a transferirem os aprendizados com jogos para a vida real.
João de Oliveira Filho Ascom / Semed

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Educação discute identidade étnico-racial nas escolas


Apresentação da roda de Capoeira da Escola Audival Amélio
O Núcleo de Estudos sobre a Diversidade Étnico-Racial da Secretaria Municipal de Educação (Semed) promoveu, nessa terça-feira (04), a palestra “a identidade étnico-racial no Contexto da Sala de Aula”.  A palestra, realizada no auditório Paulo Freire, na Cambona, foi ministrada pelo professor mestre em Sociologia, Carlos Henrique Martins de Jesus, por meio de uma parceria entre a Semed e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Na oportunidade, os alunos da Escola Audival Amélio, localizada no bairro do Sítio São Jorge,  fizeram uma apresentação de capoeira.
Capoeira foi atração na abertura do evento
Durante a palestra, o professor destacou os aspectos econômicos, culturais, sociais e ideológicos na formação da sociedade brasileira e falou sobre o papel da escola nesse contexto.
Mestre Carlos Henrique fala da importância de se discutir o tema em sala de aula
“Nenhuma escola está fora do seu contexto social. A história nos mostra que o papel da escola é formar sujeitos para atuar na sociedade”, destacou o palestrante.
“Nenhuma escola está fora do seu contexto social”
A palestra reforçou que a escola é o espaço de reprodução das dinâmicas sociais. “É importante discutir cada papel desse sujeito de origem europeia, indígena e africana, que compõe a sociedade brasileira. É preciso entender que todos esses personagens tiveram pepeis importantes na formação dessa sociedade. O que ocorre é que o sujeito negro e indígena foi marginalizado, sua identidade foi construída de forma negativa. Seus elementos simbólicos e culturais foram colocados de forma negativa. Então, quando você discute a identidade étnico-racial na educação, vai no sentido de você positivar esse sujeito”, detalhou Carlos Henrique.
Já a coordenadora de Centros e Núcleos da Semed, Ticyane Bentes, ressaltou que a cultura de paz está inserida em todo projeto educacional desenvolvido nas escolas. “Uma educação de qualidade que abranja, além das disciplinas usuais, uma formação adequada em direitos humanos e diversidade. Tudo isso é fundamental para o desenvolvimento de um ambiente plural que é aquele que reúne diversas ideias e opiniões”, complementou.
João de Oliveira Filho / Ascom Semed

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Educação promove 7º edição do projeto Soletrando

O Soletrando da Semed em 2017 foi um grande sucesso. Fotos Ascom Semed
A Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed), promove nesta quarta-feira (5), a edição 2018 do projeto Soletrando. Realizado por intermédio da coordenadoria de Programas Suplementares, o evento acontece das 13h às 17h, no Cine Arte Pajuçara.

O sétimo Soletrando reuniu cerca de 1000 alunos de 24 escolas de ensino fundamental. Desses, cerca de 200 estão na final. O projeto tem por objetivo incentivar e motivar os estudantes da rede municipal na área de língua portuguesa nos aspectos referentes à leitura e a escrita.
Durante todo o ano os alunos estudaram temas ligados às obras e artistas que valorizam e enaltecem a cultura alagoana. E em 2018 o tema foi: Poetas e Músicos Alagoanos. Os artistas trabalhados foram Fernanda Guimarães, Carlos Moura, Rogério Dyas, Ibys Maceioh, Júnior Almeida e Emanuel Galvão, este último, escritor e professor da rede. Das obras de Fernanda Guimarães foram selecionadas as músicas: Fitas e Coroas, Farol da Noite, Sobre Mar e Verbo Livre.
Considerado um momento ímpar para os alunos da rede, a secretaria convidou os artistas homenageados a se fazerem presente no dia do evento.
De acordo com a coordenadora de programa suplementares da Semed, Edileuza Maciel, a primeira fase do projeto aconteceu nas escolas.  “Para esse ano, o processo será todo informatizado devido a uma parceria com uma empresa de consultoria em informática, então não teremos mais o trabalho manual,  como nos anos anteriores, de procurar as palavras e os significados. Será bem significativo em termos tecnológicos”, reforça.
O Soletrando da Rede Municipal de Educação se baseia no concurso brasileiro de soletração que é realizado anualmente pelo programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo.
Hebert Borges (estagiário)/ AscomSemed

Autoavaliação de Escolas: Selma Bandeira integra família e comunidade ao ambiente educativo

Sob o molde de projeto piloto, a proposta é contribuir para a implantação da autoavaliação institucional escolar na Rede de Ensino de Maceió com vistas ao estabelecimento de uma estrutura facilitadora de processos contínuos de melhoria da escola e da aprendizagem.
Por Thiago Guimarães – Ascom Projeto Semed/PNUD
Estudantes se divertem e aprendem ao mesmo tempo. Por meio de ações estratégicas,
o projeto tem estimulado a arte e cultura na vida das crianças
É consenso entre os educadores que a participação da família na vida escolar do estudante é de fundamental importância. Todavia, tão importante quanto encurtar a distância entre o processo de educação formal e da educação familiar, é saber usá-la para melhorar o desenvolvimento do estudante em sua rotina escolar, sob todas as suas dimensões: física, emocional, cognitiva, intelectual e relacional. Quando a escola absorve essa premissa e cria estratégias para aproximar esses dois ambientes, tudo muda. Como tentativa de aprimorar essa relação e estabelecer uma cultura colaborativa, foi implementado em três escolas da Rede Municipal de Ensino de Maceió o projeto piloto de Autoavaliação de Escolas.
Solenidade de assinatura do termo de compromisso do Projeto de Autoavaliação Escolar
A Escola Municipal Selma Bandeira, localizada no bairro do Benedito Bentes, é uma das unidades que integram o projeto. Tudo começou no dia 16 de setembro de 2017, quando sua equipe gestora aceitou o desafio da autoavaliação. Até então, um conceito pouco conhecido no ambiente escolar. A iniciativa partiu da Secretaria Municipal de Educação (Semed), por meio do Setor de Avaliação Escolar (SAVE). Mais tarde, a ação recebeu o apoio técnico do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no âmbito do projeto de cooperação entre as duas partes, iniciado em 2014.
Antes e depois da fachada da escola Selma Bandeira. A ação “calçada viva”
foi protagonizada pelos estudantes, que arborizaram todo o entorno da unidade escolar,
além de conversar com a comunidade sobre a importância de preservar o local limpo e sem lixo
Em pouco mais de um ano de sua implementação, o projeto se revelou uma importante ferramenta de integração e reorganização da escola, que, aos poucos, vem apresentando os primeiros impactos no cotidiano escolar. Isso porque uma das propostas da autoavaliação de escolas consiste em resgatar e fortalecer a ideia de autonomia para que a própria unidade estabeleça e execute suas ações prioritárias, necessárias para sua melhoria.  
Outra ação importante foi o projeto de intervenção “Recreio Dirigido”
que, com o escopo de diversificar esse momento, sugere atividades.
Para cada dia da semana, a escola sugere atividades diversas, expostas em um cartaz no pátio
Para que mudanças reais aconteçam, de fato, a autoavaliação sugere, sobretudo, provocar uma mudança na cultura organizacional das escolas com base em uma gestão mais participativa e colaborativa, que impacte positivamente na qualidade do ensino-aprendizagem dos estudantes, na gestão e organização e no fortalecimento da relação escola/família/comunidade.
Participação dos pais
Suzana Gomes, 32, mãe da aluna Rayane, compreendeu bem esse pensamento colaborativo e passou a fazer parte da Comissão de Autoavaliação Escolar (CAAVE), grupo responsável por conduzir as ações do projeto. Para ela, os pais podem e devem dialogar com a escola. Ainda segundo a mãe, quando comparada com o ano anterior, a escola evoluiu muito, desde sua fachada até o comportamento dos alunos.
“Entrei na comissão para ajudar não só minha filha, mas também para representar outras mães, que, por algum motivo, não podem participar. Se todo mundo der as mãos, a tendência é só melhorar”, complementa Suzana, que também criou um grupo de pais no WhatsApp para compartilhar as atividades da escola.
Reunião da Comissão de Autoavaliação de Escolas -CAAVE
Não satisfeita em ser estudante do Projovem, mãe de alunos, membro do conselho escolar e também funcionária, a jovem Jeane da Silva Balbino, 27, assim como Suzana, também abraçou a ideia do projeto. Ela conta que, no início, não queria participar da comissão, mas, aos poucos, foi entendendo que para que haja uma mudança real todos devem se doar um pouco.
“Ter a oportunidade de falar abertamente sobre o espaço onde eu e meus filhos estudamos é maravilhoso”. Segundo ela, a maior mudança partiu dos próprios funcionários em querer mudar a realidade da escola. “Para continuar avançando precisamos de mais parcerias. Já estamos no caminho certo”, ressalta Jeane, que já antecipa seu desejo em ser professora da educação infantil.
Breve percurso do projeto
Graça Gomes, técnica pedagógica do SAVE, uma das responsáveis pelo acompanhamento do projeto, explica que a escola Selma Bandeira tem uma realidade diferente das escolas Monsenhor Antônio Assunção e Luiz Pedro da Silva IV que participam do piloto de Autoavaliação. Além de um maior número de turmas, 30 no total, a Selma Bandeira também trabalha com Educação de Jovens, Adultos e Idosos – EJAI. Foi justamente por essas especificidades que a unidade também foi convidada a participar dessa experiência.
“Hoje, o que vemos é uma grande evolução dessa escola, em sua interação com os pais e comunidade, na construção do plano de melhorias. Um amadurecimento que se deu por meio de debates, da composição e fortalecimento de parcerias, mas, sobretudo, da compreensão de que a Comissão de Autoavaliação Escolar (CAAVE) – composta por pais, alunos, funcionários e educadores – e a gestão escolar devem caminhar juntas para a melhoria da qualidade da escola”, avalia Graça.
A unidade escolar idealizou o projeto de incentivo à leitura intitulado
“E lá vem história”. A ideia é estimular nos estudantes o desejo pela leitura.
Para receber o projeto, as escolas foram preparadas pelo prof. Dr. Paulo Marinho – da Universidade do Porto e professor visitante da Ufal -, que desenvolveu um intenso trabalho de formação técnica e conceitual com suas respectivas comissões, além de acompanhar todo o processo de implementação como “amigo crítico”.
Apresentação do Plano de Ações de Melhorias – PAM
No dia 8 de novembro, a coordenadora da CAAVE da Selma Bandeira, Alessandra Almeida, apresentou para toda a comunidade educativa o Plano de Ações de Melhorias – PAM, que já está sendo executado. O plano foi construído com base  na escuta, através de questionários e grupos focais, com mais de 160 pessoas, entre pais, alunos e funcionários. O objetivo foi identificar pontos fortes e fracos da escola, bem como apresentar e executar ações de melhorias. Durante o encontro de socialização, participaram estudantes do Projovem e Ejai, pais, comunidade e equipes gestoras das outras duas escolas do piloto, além das equipes técnicas da Semed e PNUD.
À esquerda, Paola Barbieri, coordenadora local do projeto Semed/PNUD. Ao seu lado,
Paulo Marinho, coordenador científico do projeto piloto de Autoavaliação de Escolas

Alcance
Para Paola Barbieri, coordenadora local do projeto Semed/PNUD, o projeto reforça a ideia da escola como irradiadora de conhecimento, de referência para a comunidade, através do qual as pessoas se sintam acolhidas e representadas. Barbieri reforça que as ações do projeto estão alinhadas com a agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, sobretudo com o objetivo 4 que norteia o projeto do PNUD na capital alagoana desde 2014.
 “Estamos felizes de termos acompanhado esse projeto desde o nascimento até sua implementação. Está sendo um aprendizado para nós do PNUD também. Quando tivemos a oportunidade de conhecer as referências do projeto em Portugal, percebemos que ele traria um norte conceitual muito importante para Maceió, pois vimos um esforço do fortalecimento da gestão escolar e da melhoria da aprendizagem. Nosso papel, nesse caso, é apoiar a formulação de políticas públicas na área de avaliação, como também dar visibilidade a essa experiência em outras localidades, inclusive fora do Brasil”, contextualiza Barbieri.
A escola deve ser percebida como um ambiente de orientação,
de convivência, ludicidade e aprendizado de todos e de cada um.
A autoavaliação propõe uma reorganização do trabalho escolar, a partir da ótica de quem a vive todos os dias, em seus desafios, sonhos e perspectivas. Espera-se, que suas ações ultrapassem os muros da escola, amadureçam e engajem outras pessoas e instituições, criando uma rede de apoio empoderada, ancorada em uma atmosfera escolar leve, segura e integrada com a comunidade. Por isso, o norte de todo esse empenho coletivo é a melhoria da qualidade da educação destinada aos estudantes da Rede Municipal de Ensino de Maceió.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Educação e Pnud apresentam resultados de georreferenciamento


A secretária de Educação, Ana Dayse Dorea,
ao lado da coordenadora geral do projeto Semed/ Pnud, Rita Ippolito
durante mesa de abertura da apresentação dos resultados da pesquisa.
Os diretores das escolas da Secretaria Municipal de Educação (Semed) receberam, na manhã desta segunda-feira (03), no auditório da Universidade Tiradentes (Unit), em Cruz das Almas, os mapas resultantes do trabalho de georreferenciamento executado pela pasta, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O trabalho tem o objetivo de oferecer o espaço escolar como um ambiente integrador para a comunidade.
O arquiteto nigeriano radicado no Brasil há mais de 30 anos, doutor em ciências, e mestre em desenvolvimento e meio ambiente, Ajíbola Isau Badiru, consultor do Pnud, coordenou a pesquisa, executada desde o ano passado. “O trabalho foi conduzido de forma a oferecer uma visão integradora da escola com a comunidade e a sociedade. Estamos falando de uma produção humana de desenvolvimento endógeno e representa um autoconhecimento escolar”, explica Badiru.
O trabalho, segundo o pesquisador, permite conhecer as razões pelas quais cada escola sofre influência em seus mais diversos aspectos, desde a localização e identidade. “Evidenciamos a escola como agência espacial se referindo mesmo a uma nave, que tem um comandante e toda uma equipe lá dentro trabalhando. É nessa concepção inovadora e avançada que acreditamos que podemos trazer à tona a cultura como palco a ser efetivado nos ambientes de ensino”, finaliza o doutor.
Técnicos e diretores das escolas localizadas nas regiões 1, 2, 3,5 e 8.A secretária municipal de Educação, Ana Dayse Dorea, reforçou que o resultado apresentado permitirá um melhor conhecimento da realidade de cada unidade de ensino da rede. Ela recordou que, antes de encerrar seu mandato de reitora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), realizou trabalho idêntico na instituição e o resultado foi surpreendente. “Esse é um trabalho que traça um raio-x de tudo na escola. É a colheita dos resultados daquilo que foi plantado bem antes; no nosso caso, que começou há seis anos, no início dessa gestão do município”, explicou.
A coordenadora geral do projeto Semed/PNUD, Rita Ippolito, destacou que foi a primeira oportunidade em que todas as escolas da rede de ensino da capital foram visitadas com o objetivo único. “Os diretores das escolas receberam os mapas e toda a metodologia da pesquisa. Foi possível conversar com todo o pessoal das unidades de ensino e percebemos que as pessoas passaram a se mobilizar em favor de uma escola pública de qualidade”, ressaltou Rita.
Diretores falando um pouco sobre a experiência da pesquisa
No trabalho de consulta à comunidade escolar, foram distribuídos questionários com 40 perguntas para estudantes – público que mais apresentou retorno aos pesquisadores –, diretores, funcionários e pais. Mais de 3.500 desses documentos foram devolvidos com respostas e sugestões e também foram feitas entrevistas com os gestores da Semed, até se chegar à finalização das intervenções. A própria Semed disponibilizou uma equipe de técnicos, que constatou um resultado bastante propositivo, inclusive com agradecimento de mães de alunos.
O arquiteto e urbanista Manoel Messias fez uma explanação de características gerais das escolas, desde a topográfica do acesso até o próprio prédio que abriga a escola. “Itens que outros não observam como acústica e temperatura, foram observados e constam no relatório final. São elementos físicos que atuam em favor das pessoas com o ambiente”, finalizou Messias.

Delane Barros/ Ascom Semed

domingo, 2 de dezembro de 2018

Pequenos cientistas: crianças de Maceió protagonizam invenções


Turma da professora Ana Quitéria, no Cmei Hermé Miranda,
tem experiência com pião reciclado. Foto: Pei Fon/ Secom Maceió
Transformar legumes em miniatura de animais, confeccionar brinquedos com materiais que já poderiam estar no lixo e incentivar brincadeiras antigas. Com essas e outras iniciativas, crianças de 3 a 5 anos estão aprendendo conceitos de ciência, de forma prática, nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) de Maceió. O resultado do trabalho foi premiado na 70ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), um dos maiores eventos científicos da América Latina, e apresentado em várias universidades.
As crianças compartilham com os colegas, sentadas em círculo no pátio da creche, como foi a produção do pião, feito de CD, ximbra, tampa de garrafa pet e cheio de cores.  Os pequenos participaram da confecção do brinquedo, com ajuda das educadoras, e narraram cada etapa. No momento da pintura, a educadora foi apenas expectadora de situações de descobertas.
“Em casa, eles pediram para os pais CDs e aqui produzimos juntos. E quando as crianças foram pintar, foi uma surpresa muito grande, porque começaram voluntariamente a misturar tintas, sem nenhuma interferência minha, mas por curiosidade e foi muito lindo ver essa descoberta por parte delas e a reação de cada uma. Uma falou bem alto: olhem, juntei o vermelho com verde e o CD ficou marrom”, contou a professora Ana Quitéria.  “Ou seja, não tem como a gente desvincular a ciência da educação, porque a criança é cientista por natureza, ela tem a curiosidade e quer descobrir a todo o momento”, acrescentou.
Confira o vídeo abaixo:
Esse resultado faz parte dos trabalhos produzidos por 120 crianças das 10 turmas do Centro Municipal Hermé Miranda, no Tabuleiro do Martins.  A exposição da criatividade da garotada foi realizada na 4ª Mostra de Arte, das turmas da manhã e da tarde. Para estimular a interação e a socialização das crianças, a equipe pedagógica definiu o tema “Brinquedos e Brincadeiras do Tempo dos Avós” para envolver a família e proporcionar liberdade para a desenvoltura das crianças.
Crianças com a educadora Lúcia Ribeiro conhecem histórias dos avós
por meio de atividades com materiais sustentáveis. Foto: Pei Fon/ Secom Maceió
Nos estandes, estavam brinquedos, representações de objetos antigos e até casa de taipa. Carrinho feito de lata, palitos de picolé transformados em aviãozinho e pneus serviram para exposição de fotos. Tudo foi organizado a partir da curiosidade das crianças, que perguntaram aos avós sobre as atividades da época de infância. Além disso, os educadores prezaram em reutilizar materiais do dia a dia, para ensinar desde cedo a preocupação pela sustentabilidade.
Ana Clara, de cinco anos e da turma do 2º período, gostou da programação e se apegou à garrafinha de fazer bolhas de sabão.  “A gente pegou uma garrafa, a tia cortou e depois a gente enfeitou aqui [com emborrachado], colocou água e depois sabão. Eu gostei de fazer isso. Agora é só soprar”, explicou Ana Clara Bezerra de Moraes, de 05 anos, ao demonstrar a brincadeira e estourar bolhas, garantindo risadas das colegas.
Ana Clara realizou experiência com bolhas de sabão
Foto: Pei Fon/ Secom Maceió
Prêmio

Foi a partir de experiências assim que as professoras Ana Quitéria, Lúcia Ribeiro e Lucineide Ferreira elaboraram uma pesquisa e apresentaram o trabalho “Práticas Significativas na Educação Infantil: Repertórios Lúdicos”.  A iniciativa foi premiada na Sessão de Pôsteres da 70ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento foi realizado em julho na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e é considerado o maior na área científica na América Latina.
Atividades práticas facilitam aprendizado de crianças.
Foto: Pei Fon/ Secom Maceió
A apresentação teve como base uma atividade iniciada pelas crianças. Um simples pedaço de madeira velha foi encontrado no próprio espaço e colocado sob pneus.
“Nesse dia, todo planejamento preparado precisou ser deixado de lado, porque o interesse e a criatividade das crianças foram muito mais significativos e nós queríamos saber quais as aprendizagens seriam alcançadas. Apareceram nomes distintos para o brinquedo, como escorrega-rega, escorrega-rela, escorregador e gangorra. Observamos e deixamos que as crianças conduzissem aquela experiência e só intervimos quando foi necessário apresentar regras para a brincadeira ficar organizada”, explica Lúcia Ribeiro, Doutora em Educação.
Ações envolvem equipe de Cmei, pais e a comunidade.
Foto: Pei Fon/ Secom Maceió
“O processo avaliativo se dá a partir do olhar e da escuta sensíveis e o ambiente vai além da simples visão retrógrada de creche. Não é um espaço para deixar a criança passar o dia enquanto os pais trabalham. É uma etapa essencial para a criança que vai para a escolarização futura no fundamental. Nós temos várias linguagens que perpassam os campos de experiências no currículo. Isso traz uma aprendizagem significativa para a criança e também para o professor”, acrescentou a educadora.

Trabalho em equipe
A diretora do Cmei Hermé Miranda, Elaine Delfino, enfatiza que os resultados positivos e o reconhecimento são frutos de um trabalho pedagógico em equipe. “Aqui, por exemplo, foi uma mostra construída ao longo de duas semanas, envolvendo educadores e os pais, que visitaram as apresentações e saíram encantados e satisfeitos por verem os filhos desenvolvendo as atividades”, disse.
Elaine Delfino destaca engajamento da equipe do Cmei.
Foto: Pei Fon/ Secom Maceió
O trabalho premiado e outros artigos já foram apresentados fora do estado.  A defesa do uso de material não estruturado na metodologia da educação infantil aconteceu em eventos e universidades em Sergipe, Tocantins, Paraná e Paraíba. Neste ano, as docentes publicaram o material na revista Saberes Docentes em Ação.
Incentivo
Mais quatro projetos, com discussões metodológicas, de professores da Rede Municipal de Ensino também foram premiados durante a SBPC. Os docentes tiveram o apoio da Secretaria Municipal de Educação (Semed) para realizar a inscrição no evento. Além de um espaço da Semed no evento, houve a visita de alunos durante a programação.
“É um incentivo da Prefeitura em oportunizar que os professores não só participem de grandes eventos, como a SBPC, mas que eles possam fazer pesquisa para desenvolver e partilhar o conhecimento. Foi também um momento de muito entusiasmo ver nossas crianças conhecendo os trabalhos científicos de perto e tudo isso contribui para o que é desenvolvido na educação infantil. Ela não é feita só da transmissão de conhecimento, mas saber como esse conhecimento se dá”, destaca a secretária municipal de Educação, Ana Dayse Dórea.
Secretária de Educação fala de incentivo por meio de formação,
estrutura e reconhecimento. Foto: Pei Fon/ Secom Maceió
As reformas e manutenção nas escolas e creches, como foi o caso do Cmei Hermé Miranda, contribuem para as atividades, como enfatiza a gestora. “Para ter um espaço agradável, precisamos de um ambiente adequado onde as crianças permaneçam um período ou o dia inteiro e que também atenda as necessidades dos professores. Por isso, a gente vem melhorando a estrutura das escolas e creches com reformas e manutenção”, destacou.
Metodologia
O trabalho desenvolvido com 8.400 crianças nas 59 instituições de educação infantil, em Maceió, é definido com a proposta pedagógica elaborada e implantada a partir de pesquisas e estudos realizados por educadores da rede e por pesquisadores da área.  A coordenadora de Educação Infantil da Semed, Angelina Araújo, assegura que a formação contínua de professores e a adequação dos espaços são aliadas desse processo.
Adequação de espaço favorece metodologia de aprendizado.
Foto: Pei Fon/ Secom Maceió
“A Semed investe fortemente em formação para os professores, com especialistas da área e de referência nacional. E desde 2013, realiza adaptações nos Cmeis, na perspectiva de aproximar ao máximo as crianças de experiências com água, terra, plantas e com áreas que proporcionassem o brincar livre. Os ambientes trazem hoje banheiros adaptados, bancadas, quadros e demais acessórios que hoje estão ao alcance das crianças, possibilitando sua autonomia nas escolhas pedagógicas”, pontua a coordenadora.
Espaço do Cmei Hermé Miranda.
Foto: Pei Fon/ Secom Maceió
Outro investimento na Rede foi a aquisição de jogos e brinquedos pedagógicos que complementam a implantação da proposta pedagógica. “Os benefícios são traduzidos no bem estar, no grau de desenvolvimento e aprendizagem da criança, que investiga, questiona, tem autonomia, faz escolhas, brinca, interage e tem seus direitos preservados”, argumenta Angelina.

Thiago Aquino/ Secom Maceió


Estudante com autismo supera diagnóstico e aprende a ler


Antônio Henrique é aluno da Escola Selma Bandeira
A educação inclusiva é um direito garantido na Rede Municipal de Educação e vem sendo aplicada com muita atenção e cuidado especial. Atualmente, o Município atende cerca de 57 mil crianças e adolescentes. Destes, 3.168 têm necessidades especiais e 270 alunos, autismo infantil.

Antônio Henrique da Silva Santana, de 15 anos, aluno da escola Selma Bandeira, teve o disgnóstico de autismo infantil aos 3 anos. A mãe, Deiseana da Silva, conta que junto com a informação veio a revelação do médico psiquiatra que seu filho nunca seria capaz de aprender.
A constatação abalou bastante a mãe, que não perdeu a esperança. Até os 13 anos, Henrique só sabia pintar. Em 2016 Henrique chegou à Escola Selma Bandeira, após anos estudando em uma unidade particular.
Henrique com uma de suas tarefas de classe na mão
A mãe não esconde que sempre relutou em colocar o filho em escola pública. Ao matricular Henrique, Deiseana informou à direção da escola sobre diagnóstico da criança. Durante toda sua vida escolar, até aquele momento, Henrique, de fato, não conseguia aprender. No entanto, as professoras encararam a missão.
Durante a semana, Henrique tem aulas com a professora Eliane Borner Tenório Albuquerque, responsável por acompanhá-lo de modo individual em uma das mais 70 salas de recurso da rede, e da professora Maria Eulina Pinheiro, que o acompanha na sala de aula. Juntas, as professoras formularam estratégias para incentivar o aprendizado e a socialização da criança.
Henrique na sala de aula com seu colegas de classe
Passados quase três anos da chegada de Henrique à escola, ele conseguiu se alfabetizar. “Eu também conheço dinheiro e as horas”, conta Henrique com um sorriso no rosto.
Henrique e sua mãe Deiseane
A alegria também contagia a mãe de Henrique, que não esconde o orgulho e a satisfação de ver que seu filho venceu os obstáculos. Deiseana conta a todos que conhece que foi na Rede Municipal que seu filho aprendeu a ler e escrever. “Eu não imaginava que a escola pública teria tanta qualidade e meu filho seria tão bem tratado”, afirmou.
Hebert Borges (estagiário)/ Ascom Semed