Uma oportunidade pode mudar a vida de qualquer pessoa. O Projovem Urbano, programa do Ministério da Educação (MEC) viabilizado em Maceió pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), é uma iniciativa que tem mudado a vida de jovens que, antes de entrarem no programa, não possuíam nenhuma meta de vida.
O programa atende alunos entre 18 e 29 anos, oferecendo-lhes a conclusão do Ensino Fundamental e qualificação técnica nas áreas de administração e telemática. Porém, o que o Projovem proporciona aos estudantes vai além do conhecimento adquirido em sala de aula.
Para a engenheira Kellyane Carvalho, o Projovem foi o pontapé inicial para que sua vida tomasse outro rumo. |
Kellyane Carvalho ingressou no Projovem Urbano aos 22 anos, na turma de 2010. Atualmente com 29, ela conta que abandonou os estudos ainda na adolescência por que se sentia desestimulada. Quando soube do programa por uma amiga, viu ali uma chance de mudar sua história. “Percebi que para ter mais qualidade de vida precisava adquirir conhecimento e uma formação. Por isso, voltei a estudar”, contou.
Ela diz que as aulas a que assistiu e o incentivo de professores do programa aumentaram sua vontade de vencer. “Quando terminei o curso, eu já queria mais. Aquilo era apenas o Ensino Fundamental”, pensava. Na época, ela já era casada, mas tinha em mente que deveria investir ainda mais na sua formação. Ela fez o Ensino Médio por meio de outro programa na cidade de Satuba. Mesmo estando grávida e com dificuldades de locomoção de sua casa para a escola em que fazia o curso, não deixou de correr atrás.
A ex-aluna atualmente é uma das engenheiras responsáveis pela reforma do Edifício Brêda, uma das edificações mais conhecidas do Centro de Maceió. Para ela, o Projovem foi o pontapé inicial para que sua vida tomasse outro rumo.
“Eu não parei de estudar desde que ingressei no Projovem. Assim que concluí o Ensino Médio, mesmo com uma filha pequena, comecei a cursar Engenharia Civil. Não tinha condições de pagar o curso, mas consegui um financiamento e dei continuidade aos meus estudos. Hoje só tenho a agradecer pela base que o curso me deu”, disse Kellyane Carvalho.
Nadja Freire atribui ao Projovem conquista da autonomia financeira e profissional. Foto: Arquivo pessoal |
A empresária Nadja Freire é outro exemplo de superação. Aos 12 anos, ela teve que largar os estudos e trabalhar como empregada doméstica. Quando começou a estudar no Projovem, já era mãe e estava chegando aos 30 anos de idade. Seu desejo de estudar era grande, mas vários fatores a impediam de voltar à sala de aula. Cuidar da casa, do filho e, além disso, trabalhar.
Mas ela foi persistente e conseguiu concluir os ensinos fundamental e médio. Ela conta que deixava o filho, na época com 9 anos, em casa e pedia para a vizinha “dar uma olhada” nele de vez em quando. “Se não entrasse no curso naquela época, dificilmente conseguiria em outro momento. Foi difícil, mas não me arrependo. Terminar os estudos era um sonho antigo”, revela.
Food Truck de Nadja Freire fica no bairro do Prado. Foto: Arquivo Pessoal |
Hoje em dia, Nadja é dona do próprio negócio, que proporciona a ela e a seu filho melhores condições de vida. Ela está no ramo alimentício há 4 anos e conta que cursar o Projovem tem grande participação na sua realização profissional. “Posso dizer que o programa foi um divisor de águas na minha vida. Ele me deu oportunidade de qualificação e de mais chances no mercado de trabalho, que é muito competitivo”, explica.
Além de Nadja e Kellyane, o Projovem Urbano formou mais de 7.500 alunos com idades entre 18 e 29 anos desde sua implantação em Maceió, em 2006, e tem ajudado a elevar a escolaridade de pessoas que, por alguma razão, abandonaram os estudos e desejam reingressar à escola.
Eduardo Araújo (estagiário) – Ascom Semed
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