Texto de João Filho
A
inserção da cultura da
paz nas escolas foi tema das discussões durante
Seminário Regional da Paz
(Sercapaz), realizado
nessa segunda-feira (17),
no Centro
de Convenções
Ruth Cardoso, em
Jaraguá. O seminário foi
uma realização das Secretarias
Municipal
de Educação
(Semed) em parceria com a
Secretaria de Estado da Promoção da Paz (Sercapaz),
e trouxe à Maceió o
professor João Roberto Araújo,
internacionalmente reconhecido por suas teorias sobre a Paz.
O
seminário
teve como objetivo ampliar a noção do que é cultura da paz e como
ela pode ser implementada nas escolas sob os aspectos da inclusão
social e do debate em torno de políticas pedagógicas voltadas para
a construção do afeto entre os agentes envolvidos no processo
educacional.
Durante
a abertura do evento, numa
demonstração
de sensibilidade, as crianças do coral da Escola
Municipal
Audival Amélio encantaram
e emocionaram
todo
o auditório
cantando
Aleluia, A
minha alma abrirei, de Paulo Roberto; Meu limão, meu limoeiro de
José Carlos Burle; A vida do Viajante de Luiz Gonzaga; Sementes do
Amanhã de Erasmo Carlos. A frente do
coral,
o maestro
Carlos Magno, voluntário
da escola,
fez
a plateia interagir com as
crianças cantando
a
música
de Jota Quest, “O
Sol”.
No
final da apresentação, a diretora
da escola Maria Eunice resumiu a belíssima apresentação das
crianças com a
declaração
“esse
trabalho é resultado de muito amor”.
Para
a secretária
de Educação, Ana Dayse Dorea,
em sua fala de
abertura disse que
há doze anos, os
dados da Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO) já apontavam para essa necessidade de se trabalhar uma
cultura de paz nas escolas. “É nosso desafio
transformar a escola em um
ambiente de sensibilização e vivência”. Emocionada
com a apresentação das crianças a secretária afirmou que
é por essas
crianças que ela
voltou à Semed e está
contribuindo com a educação do
município.
Mas
o grande momento do Seminário
ficou por conta do professor
João Roberto Araújo, idealizador do programa Educação
para a Paz nas Escolas e nas Famílias e autor do
livro Educação Emocional e
Social.
Segundo ele, nos
apropriamos do conhecimento não só através da ciência, mas também
pela filosofia, tradições e
artes, fazendo referência a apresentação das crianças do coral.
“Somos filhos de uma
história evolutiva, filhos da biologia e também filhos da cultura.
Eu sou muito a influência que recebi”,
ponderou durante sua palestra.
João Roberto fez um comparativo entre as crianças que nascem em um lar amoroso, onde a mãe ainda grávida põe uma música suave e passa óleo na barriga acariciando e desejando aquele ser que virá ao mundo e aquelas crianças que são rejeitadas no momento que se inicia o seu desenvolvimento ainda no útero materno com as tentativas de aborto. “Essas crianças se tornam impactadas com esse mal tratamento durante sua infância. Elas trazem um déficit afetivo e não tem amor próprio”
João Roberto fez um comparativo entre as crianças que nascem em um lar amoroso, onde a mãe ainda grávida põe uma música suave e passa óleo na barriga acariciando e desejando aquele ser que virá ao mundo e aquelas crianças que são rejeitadas no momento que se inicia o seu desenvolvimento ainda no útero materno com as tentativas de aborto. “Essas crianças se tornam impactadas com esse mal tratamento durante sua infância. Elas trazem um déficit afetivo e não tem amor próprio”
O professor disse
que o amor próprio é a construção que o outro oferece. “Então,
hoje, os aplausos e as emoções de todo o público com a
apresentação das crianças se constituiu nesse amor próprio para
elas”. E continuou “ Se você fala em humanização na educação,
você tem que ter respeito a história dessas crianças. O papel da
escola é oportunizar essa convivência para todas elas. Não podemos
falar em humanização sem tomar consciência do papel da escola”.
De forma metafórica,
João Roberto disse que no tratamento da
meningite,
dois medicamentos são usados, o que combate a febre e aquele que
combate a bactéria. “Polícia e justiça são remédios de combate
a febre social. É necessário combater os porções de pobreza com
políticas sociais.
Ainda durante
sua palestra, o professor João Roberto também destacou as
inteligências múltiplas, teoria desenvolvida a partir da década de
1980 por uma equipe de investigadores da Universidade de Harvard,
liderada pelo psicólogo Howard Gardner, que
buscava
analisar e descrever melhor o conceito de inteligência. O
professor disse que a violência é o analfabetismo emocional.
“muitas crianças com sua história de vida não sabe lidar com o
medo, com a raiva, com o ciúme”. Segundo o professor, educar para a
paz é educar para as emoções. “ Educação emocional é o
processo educativo sistemático que promove a autonomia
emocional, a melhoria da convivência a melhoria da aprendizagem”, afirmou.
Finalizando
sua palestra, o
professor disse
que melhorar o clima emocional na escola é decisivo na aprendizagem
das crianças. “Mais importante que a estrutura da escola, do
prédio e
de tudo mais, é
o clima emocional, onde todos que fazem a escola estejam
envolvidos nesse clima de paz”.
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