Diariamente Kellyane acompanha o andamento das obras |
Há oito anos, a habilidosa engenheira não tinha, nem sequer, completado o Ensino Fundamental. Desestimulada na adolescência, Kellyane só voltou à sala de aula aos 22 anos, em 2010, por meio do Projovem Urbano. “Fui para o Projovem através de uma amiga. Enxerguei ali a oportunidade para mudar minha vida”, conta. Foi assim que, de fato, a mudança começou para Kellyane. Cada aula era um estímulo para a jovem aluna, que corria para recuperar o tempo perdido, tal qual um corredor que largou mal. Só que, neste caso, na corrida da vida.
Reforma do edifício Brêda está adiantada |
O Projovem, ao qual Kellyane se refere, é programa unificado de juventude que visa ampliar o atendimento aos jovens excluídos da escola e da formação profissional. O programa é voltado para jovens na faixa etária dos 15 aos 29 anos.
APOIO DOS PROFESSORES
Durante as aulas do Projovem, Kellyane foi recebendo o apoio dos amigos e professores para garantir a continuidade dos estudos. Nenhum estímulo a menos. Prestes a terminar o ensino fundamental, Kellyane já almejava o ensino médio. Foi então que ficou sabendo de um outro programa educacional que lhe ajudaria a concluir o ensino médio em tempo mais curto, só que as aulas eram ministradas na cidade de Satuba.
No entanto, se o tempo não foi empecilho para a jovem sonhadora, não seria a distância agora que lhe faria parar. Kellyane formou-se no Projovem e logo iniciou as aulas do ensino médio. “Quis fazer uma coisa de cada vez, ir conquistando cada vitória”, lembra.
Entre a conclusão do ensino fundamental e o início das aulas no ensino médio, Kellyane tornou-se mãe, o que lhe foi mais incentivo que entrave. As aulas no ensino médio eram um desafio para Kellyane, mas não pelo conteúdo em si, porque ela conseguiu assimilar bem os conteúdos do Projovem, e sim pela distância da escola. As aulas terminavam às 22h, porém o último transporte para Maceió saia às 20h30. Mas, desistir não estava nos planos de Kellyane. Logo a jovem fez amizade com os professores e conseguiu carona com eles, o que garantia a volta para casa. Assim, logo Kellyane já estava prestes a concluir também o ensino médio, outra etapa de sua vida.
NOVO HORIZONTE
Em uma das idas e vindas entre Maceió e Satuba, Kellyane viu o outdoor de uma faculdade, que lhe fez os olhos brilharem. “É isso que eu quero. Vou fazer faculdade”, decidia a jovem estudante, concluinte do ensino médio. O outdoor estampava o curso de engenharia de uma instituição de ensino superior. Estava firmada a próxima meta da vida da estudante. Kellyane concluiu o ensino médio, sua segunda vitória, e novamente através de um programa social, desta vez um financiamento público, conseguiu ingressar no curso de engenharia civil.
Rigorosa, cada atividade é supervisionada |
Na faculdade, a vida de Kellyane não foi fácil. Ela sentiu falta de alguns conhecimentos, mas não esmoreceu. Novamente fez amizades e conseguiu superar as adversidades. Foi ainda na faculdade que Kellyane começou a buscar emprego e convenceu o administrador do Edifício Brêda a aceitá-la como estagiária. A professora orientadora do estágio era a mesma que um dia a havia reprovado. Hoje Kellyane está diplomada engenheira, toca diversas obras no Centro da Capital, e adora contar sua história de superação e vitória, mostrando que a educação é mola propulsora na transformação da vida de qualquer pessoa.
Atualmente, Kellyane faz pós graduação e sente-se realizada. |
Hebert Borges (Estagiário)/ Ascom Semed
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