segunda-feira, 18 de julho de 2016

Alunos do EJA transformam sonhos em realidade ao retomar estudos


Maria Tereza da Conceição e Elenita Lopes vivem novo momento
e fazem fazem planos para entrar na faculdade
Sempre há tempo para ir em busca dos sonhos e refazer a vida. Essa frase muito conhecida se aplica à vida de Dona Maria Tereza da Conceição, de 63 anos, e de Dona Elenita Lopes, 58 anos. Ambas voltaram a estudar na fase adulta e foram alunas do Programa de Educação para Jovens e Adultos (Eja), na Escola Municipal Jayme de Altavilla, onde aprenderam a ler e escrever e puderam transformar seus sonhos em realidade.
Muitos são os motivos que impedem alguém de frequentar a escola, mas maiores que eles são os motivos para voltar a estudar. Seja pela necessidade de um emprego melhor ou apenas pelo prazer de ler e entender algo que está escrito, estudar é essencial nos dias atuais.
Dona Maria Tereza parou de estudar para poder trabalhar e cuidar dos filhos. Assim que se aposentou e, com os filhos já crescidos, retornou à escola e pensa até em fazer faculdade de História e se tornar professora.
Com uma história semelhante, dona Elenita Lopes retornou às salas de aula aos 56 anos. Ela tinha vontade de voltar a estudar, mas sentia vergonha e não sabia da existência do Eja. Por incentivo de sua amiga que também não sabia ler, as duas retornaram juntas à escola. Atualmente ela está cursando o ensino médio e pretende continuar estudando: “Vou terminar o ensino médio e daqui pra frente só Deus para me parar! Se eu ainda tiver condição, quero fazer faculdade e ser assistente social”, fala dona Elenita com orgulho de seus passos.
Dona Maria Tereza e Elenita são alunas do Programa de Educação para Jovens e Adultos do Instituto Federal de Alagoas (Proeja/Ifal), onde cursam o ensino médio integrado ao curso técnico em Processamento de Alimentos. Além delas, outros oito ex-alunos do Eja na Escola Jayme de Altavilla estão no Ifal.
Perguntada sobre o que diria para as pessoas que não concluíram o ensino básico, dona Elenita respondeu: “Jamais fiquem nessa condição, é muito ruim, a gente se arrepende, sente falta das coisas porque não fez o que devia ter feito e não dá para voltar atrás, o tempo não espera por ninguém”. Já dona Tereza incentiva aos jovens a aproveitar sua juventude com sabedoria: “Pra ter uma vida melhor, pra ser um homem de bem, ter uma boa educação, tem que estudar e trabalhar! Que a pessoa sem estudo não chega a lugar nenhum.”
Jovens e adultos estudam com currículo adaptado
Os jovens e adultos que ainda não desenvolveram a habilidade da leitura e da escrita, assim como dona Elenita e Maria Tereza, têm a oportunidade de fazer sua matrícula durante o ano todo em escolas da rede municipal.
Além de ler e escrever, outras competências são trabalhadas em sala de aula que auxiliam o aluno na ampliação de seu pensamento crítico e cognitivo, como explica a técnica do Departamento de Jovens e Adultos da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Maria Inês Souza.
“Uma equipe da Semed é responsável por fazer uma pesquisa junto à equipe pedagógica das escolas, nas comunidades em que elas estão localizadas. Essa pesquisa é utilizada como base para a elaboração do currículo crítico em rede temática, que é adaptado à realidade daquela comunidade, relacionado aos hábitos, à vida e ao trabalho daqueles moradores que são alunos do Eja ou podem se tornar. Entre as propostas do currículo está a proposição de soluções às problemáticas do cotidiano deles, isso faz com que o aluno desenvolva seu senso crítico e aprenda a pensar em como ajudar sua comunidade a solucionar problemas locais.” Explica Maria Inês.
Junto com a pesquisa a respeito do cotidiano das comunidades, a coordenadora do Programa Brasil Alfabetizado na Semed, Maria de Lourdes Nunes, informa que é feito um trabalho de divulgação e esclarecimento sobre a modalidade de ensino. “Nós aproveitamos a pesquisa para explicar para as comunidades que Educação para Jovens e Adultos não é somente para analfabetos, todos aqueles que querem ou sentem a necessidade de voltar a estudar podem fazer sua matrícula. Todos têm direito a educação. Além disso, muitas pessoas têm vontade de voltar a estudar e não sabem que tem uma escola próximo a sua casa que atende a esta modalidade de ensino, nós também fazemos esse trabalho de divulgação da escola na região em que ela está localizada.”
Além da modalidade de educação para jovens e adultos, a Semed também desenvolve o Programa Nacional de Integração de Jovens (Projovem) e o Programa Brasil Alfabetizado. Que dão suporte ao Eja na busca por uma Maceió com um menor índice de analfabetismo e com maior igualdade entre as pessoas. Se você conhece alguém que gostaria de voltar a estudar, apoie essa pessoa. Incentive-a a procurar a escola mais próxima ou a Semed. As matrículas estão abertas durante todo o ano, as aulas são ministradas à noite e todos podem se inscrever. A Semed trabalha com dois segmentos na modalidade de ensino EJA: o primeiro para alunos dos anos iniciais (1º ao 5º ano) e o segundo para alunos dos anos finais (6º ao 9º ano). O curso tem durabilidade de três anos e não existe limite ou concorrência de vagas.
Para se matricular, basta comparecer na escola mais próxima e levar documento com foto e documento de escolarização (declaração ou histórico). Caso não tenha a declaração, um documento com foto é suficiente. Em caso de não comprovação de escolaridade, o aluno passará por uma avaliação feita pela equipe pedagógica da escola para saber em qual segmento de aprendizagem o aluno se encaixa.
Ascom Semed/ Amanda Bezerra (Estagiária)

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