Texto de Janaína Farias e foto de Mauro Fabiani
Mírian Oliveira, contadora de história da Semed |
Quando
criança quem nunca ouviu um conto de fadas e viajou no mundo
encantado dos livros. Difícil mesmo é nunca ter participado de um
momento de contação de história. Técnica considerada por todos
uma arte. Arte essa, que vem sendo desenvolvida nas escolas da rede
municipal de ensino durante toda a semana em comemoração ao dia
Nacional do Livro infantil, 18 de abril, com o objetivo de incentivar
a leitura e formar leitores cada vez mais cedo. A culminância das
atividades reuniu nesta quinta-feira, alunos, escritores e contadores
de história na Biblioteca da Semed.
Independente
do espaço o ritual começa assim: de pé ou sentados no chão em
círculos, olhares bem atentos, criançada ansiosa e a expectativa do
final, seja numa sala de leitura ou num ambiente agradável,
aconchegante, colorido, tudo isso para desfrutar
um pouquinho do mundo dos contos infantis.
Assim
descreve a contadora de história, da Secretaria Municipal de
Educação, Maria Lúcia Andrade, esse momento de pura magia que é
contar história. “É importante um cantinho especial, que favoreça
um encontro marcado com a leitura, mas se a escola não tiver esse
cantinho, o momento pode ser feito num pátio, numa sala, seja qual
for o espaço, o objetivo educativo é alcançado”, afirma. No
entanto, a intenção, segundo Lúcia, é fazer com que cada unidade
tenha o momento de contar história e com isso fazer com que as
crianças sintam vontade para ler.
A
importância da dinamização do conto ou o momento da leitura é tão
especial que reflete no papel da criança enquanto cidadão, por que
ela desenvolve sentimentos e emoções e aprende a compreender o
universo, nesse sentido, Lúcia explica que o livro pode fazer essa
construção na vida do ser e isso faz toda a diferença na educação
de uma criança.
A
arte de contar história
Para
contar história, Lúcia dá uma dica e explica que não precisa
necessariamente se caracterizar. Ela diz que não é preciso muito
coisa, para ela, o importante mesmo é viver a história, incorporar
o personagem e prender a atenção do ouvinte, envolvendo a plateia e
segurando o suspense o tempo todo para o melhor momento. Ter o livro
em mãos é uma das estratégias do narrador, bem como desenvolver
uma performance para cada narrativa contada e objetos pertencente a
história. Segundo ela, é importante que a escola após o conto
priorize o momento da leitura espontânea e a partir disso, as
crianças busquem a história de livre escolha.
Para
isso, é recomendado a disponibilização de publicações voltado
para a literatura infantil como: livros, revistas, gibis, jornais,
dicionários, etc. Na oportunidade as crianças aprendem a manusear o
material- “ela escolhe o que vai ler, isso é fundamental, dessa
forma aguça a curiosidade e o prazer pela leitura”, salienta a
técnica.
O
aluno da escola Zilka Oliveira, Wedlam Alencar Brandão do 1º ano,
disse que antes não tinha interesse nem de olhar um livro, hoje sabe
de sua importância devido a implantação do projeto de leitura
iniciado no ano passado na escola. Durante a narração da história,
o aluno David Lucas despertou, ainda mais, a curiosidade de todos
quando expressou ao tocar e cheirar a caixinha mágica que ela tinha
cheiro de segredo.
A
imaginação e fantasia desenvolvidas pelas crianças, todas as vezes
que participam de um momento de leitura ou contação de história,
desperta o gosto pela literatura. Para a coordenadora da Biblioteca
Carlos Moliterno da Semed, Cristina Barbosa, a escola tem um papel
especial em inserir no ensino aprendizagem a leitura como uma forma
de lazer, entretenimento e conhecimento. “O livro não deve ficar
apenas na estante, guardado, intocável, ele deve ser manuseado,
folheado e lido. O importante é que ele busque o livro”, ressalta
Cristina.
Ela
ressaltou que a Secretaria desenvolveu durante toda a semana como
incentivo à leitura, uma programação especial em comemoração ao
dia do livro infantil e o aniversário do famoso escritor Monteiro
Lobato. Técnicas do setor visitaram algumas unidades e promoveram a
narrativa para as crianças. A pretensão, segundo ela, é trabalhar
de forma integrada com os professores e levar para as escolas um
momento lúdico e cultural, para que, a partir disso, a atividade
seja resgatada, cultivada e incluída no processo de desenvolvimento
da leitura e da escrita na escola. Ela enfatiza que, o ato de contar
história é uma forma de estimular a leitura.
Biblioteca
Móvel
Visando
incentivar e estimular a leitura nos alunos da Rede Pública
Municipal, a coordenadora adiantou que pretende desenvolver um
projeto que será chamado de biblioteca móvel, que visa promover o
encontro dos alunos com os livros, onde a proposta além de promover
a leitura é dar oportunidade de realizar o momento em ambientes
diversificados, podendo ser realizada em um pátio, praça, área
verde ou onde a imaginação permitir. Ela explica que esse projeto
será implantado no segundo semestre após a formação dos
professores. “Vamos formar professores para que eles possam
dinamizar a forma de contar história no cotidiano das aulas. E criar
a cultura de que o conto seja realizado sistematicamente dentro do
planejamento pedagógico e não apenas em datas comemorativas”,
acrescenta.
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