quinta-feira, 18 de abril de 2013

Na semana do livro infantil o conto é utilizado como incentivo à leitura


Texto de Janaína Farias e foto de Mauro Fabiani

Mírian Oliveira, contadora de história da Semed


Quando criança quem nunca ouviu um conto de fadas e viajou no mundo encantado dos livros. Difícil mesmo é nunca ter participado de um momento de contação de história. Técnica considerada por todos uma arte. Arte essa, que vem sendo desenvolvida nas escolas da rede municipal de ensino durante toda a semana em comemoração ao dia Nacional do Livro infantil, 18 de abril, com o objetivo de incentivar a leitura e formar leitores cada vez mais cedo. A culminância das atividades reuniu nesta quinta-feira, alunos, escritores e contadores de história na Biblioteca da Semed.

Independente do espaço o ritual começa assim: de pé ou sentados no chão em círculos, olhares bem atentos, criançada ansiosa e a expectativa do final, seja numa sala de leitura ou num ambiente agradável, aconchegante, colorido, tudo isso para desfrutar um pouquinho do mundo dos contos infantis.

Assim descreve a contadora de história, da Secretaria Municipal de Educação, Maria Lúcia Andrade, esse momento de pura magia que é contar história. “É importante um cantinho especial, que favoreça um encontro marcado com a leitura, mas se a escola não tiver esse cantinho, o momento pode ser feito num pátio, numa sala, seja qual for o espaço, o objetivo educativo é alcançado”, afirma. No entanto, a intenção, segundo Lúcia, é fazer com que cada unidade tenha o momento de contar história e com isso fazer com que as crianças sintam vontade para ler.

A importância da dinamização do conto ou o momento da leitura é tão especial que reflete no papel da criança enquanto cidadão, por que ela desenvolve sentimentos e emoções e aprende a compreender o universo, nesse sentido, Lúcia explica que o livro pode fazer essa construção na vida do ser e isso faz toda a diferença na educação de uma criança.


A arte de contar história

Para contar história, Lúcia dá uma dica e explica que não precisa necessariamente se caracterizar. Ela diz que não é preciso muito coisa, para ela, o importante mesmo é viver a história, incorporar o personagem e prender a atenção do ouvinte, envolvendo a plateia e segurando o suspense o tempo todo para o melhor momento. Ter o livro em mãos é uma das estratégias do narrador, bem como desenvolver uma performance para cada narrativa contada e objetos pertencente a história. Segundo ela, é importante que a escola após o conto priorize o momento da leitura espontânea e a partir disso, as crianças busquem a história de livre escolha.

Para isso, é recomendado a disponibilização de publicações voltado para a literatura infantil como: livros, revistas, gibis, jornais, dicionários, etc. Na oportunidade as crianças aprendem a manusear o material- “ela escolhe o que vai ler, isso é fundamental, dessa forma aguça a curiosidade e o prazer pela leitura”, salienta a técnica.

O aluno da escola Zilka Oliveira, Wedlam Alencar Brandão do 1º ano, disse que antes não tinha interesse nem de olhar um livro, hoje sabe de sua importância devido a implantação do projeto de leitura iniciado no ano passado na escola. Durante a narração da história, o aluno David Lucas despertou, ainda mais, a curiosidade de todos quando expressou ao tocar e cheirar a caixinha mágica que ela tinha cheiro de segredo.

A imaginação e fantasia desenvolvidas pelas crianças, todas as vezes que participam de um momento de leitura ou contação de história, desperta o gosto pela literatura. Para a coordenadora da Biblioteca Carlos Moliterno da Semed, Cristina Barbosa, a escola tem um papel especial em inserir no ensino aprendizagem a leitura como uma forma de lazer, entretenimento e conhecimento. “O livro não deve ficar apenas na estante, guardado, intocável, ele deve ser manuseado, folheado e lido. O importante é que ele busque o livro”, ressalta Cristina.

Ela ressaltou que a Secretaria desenvolveu durante toda a semana como incentivo à leitura, uma programação especial em comemoração ao dia do livro infantil e o aniversário do famoso escritor Monteiro Lobato. Técnicas do setor visitaram algumas unidades e promoveram a narrativa para as crianças. A pretensão, segundo ela, é trabalhar de forma integrada com os professores e levar para as escolas um momento lúdico e cultural, para que, a partir disso, a atividade seja resgatada, cultivada e incluída no processo de desenvolvimento da leitura e da escrita na escola. Ela enfatiza que, o ato de contar história é uma forma de estimular a leitura.

Biblioteca Móvel

Visando incentivar e estimular a leitura nos alunos da Rede Pública Municipal, a coordenadora adiantou que pretende desenvolver um projeto que será chamado de biblioteca móvel, que visa promover o encontro dos alunos com os livros, onde a proposta além de promover a leitura é dar oportunidade de realizar o momento em ambientes diversificados, podendo ser realizada em um pátio, praça, área verde ou onde a imaginação permitir. Ela explica que esse projeto será implantado no segundo semestre após a formação dos professores. “Vamos formar professores para que eles possam dinamizar a forma de contar história no cotidiano das aulas. E criar a cultura de que o conto seja realizado sistematicamente dentro do planejamento pedagógico e não apenas em datas comemorativas”, acrescenta.

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