Jairo Casado Gonçalves, 61 anos, há 36 dedica sua vida ao serviço público. Na Secretaria Municipal de Educação (Semed), atua desde 2007 como porteiro e auxiliar de disciplina na Escola Municipal Natalina Costa, mas, há cerca de seis meses, ele passou a atuar também como uma espécie de professor de reforço escolar.
Quem explica a história é a diretora da unidade de ensino, Sayonara Peixoto. “Parte da nossa escola está passando por reforma, por isso colocamos um mural de madeira para separar o bloco de salas da outra parte da escola que está com material de construção. O senhor Jairo, formado em Letras, ao perceber a grande movimentação de alunos ociosos nos horários de entrada e saída das aulas, teve a ideia de utilizar esse mural para estimular a leitura, interpretação e produção de texto desses alunos que ficam na portaria”, explicou a gestora.
Jairo contou que a atividade teve início com a leitura de textos para os alunos até que seus pais também começaram a ficar um tempo na escola para ouvir as histórias. Depois disso, ele começou a incentivar a produção de textos pelos ouvintes, oferecendo premiação como incentivo e propondo que os textos fossem colados no mural.
“Muitos pais começaram a escrever textos e incentivar seus filhos a escrever também e colocar aqui. Hoje em dia, além dos textos produzidos, desenhos e avisos, outras formas de expressão e comunicação são colados no mural. O que eu gosto nessa atividade é que todos estão participando por vontade própria, eu apenas fiz a proposta. A leitura abre muitas portas, no mundo do trabalho, nas relações sociais, e só traz benefícios para quem se propõe a utilizá-la”, ressaltou Jairo, com orgulho dos materiais produzidos.
Prestes a se aposentar, Jairo abraçou uma causa por iniciativa própria que merece reconhecimento. Mas antes de entrar no período de aposentadoria, o porteiro que se tornou um incentivador de boas práticas pretende ainda criar uma horta vertical na parede da escola, plantada pelos alunos. “Eles farão seu próprio recipiente com garrafa PET, colocarão o adubo e a semente e vão escrever seu nome na garrafa. Além disso minha proposta é que eles produzam um texto relacionado a planta que colocarem ou ao meio ambiente em si”, acrescentou.
Amanda Bezerra (estagiária) / Ascom Semed
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