terça-feira, 9 de agosto de 2011

Semed realiza palestra sobre comunidades negras quilombolas em Alagoas

Foto: Mauro Fabiani


A Secretaria Municipal de Educação, por meio do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Diversidade Étnico-Racial (Neder) realizou uma palestra proferida pelo professor de ciências sociais, historiador e mestre, Cristiano Barros, que teve como tema, as comunidades negras quilombolas em Alagoas. A palestra realizada no auditório Paulo Freire na Semed, reuniu diretores, coordenadores e técnicos pedagógicos das unidades de ensino da rede municipal.

De acordo com a coordenadora do Neder, Rosário de Fátima, o objetivo do evento foi discutir a implementação da lei n.º 10.639/03 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, incluindo no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira. “Pela lei, os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar de forma continua”, disse.


Rosário afirmou ainda, que o Neder vem realizando diversas ações sobre o tema, junto às escolas da rede municipal. “Entregamos cópia da lei e do plano nacional e de sua implementação nas nossas unidades de ensino. A proposta é ter um trabalho contínuo dentro do currículo pedagógico nas escolas”, comentou.


Em sua palestra, Cristiano Barros falou de sua experiência junto às comunidades quilombolas em Alagoas e mostrou a importância de sua certificação como sendo o primeiro passo oficial para a regulamentação dessas comunidades. “A Constituição Federal reconheceu oficialmente a existência dessas comunidades de quilombo, não só em Alagoas, mas em todo país, além do direito de seu povo adquirir oficialmente a posse de suas terras”, informou o professor.


Para Cristiano, o que característica hoje o quilombo é a transição de escravo para o camponês livre. “A sua caracterização advém da auto-caracterização, mas infelizmente, ainda hoje, as próprias pessoas que moram nessas comunidades não conhecem o termo quilombola”, disse.


Por fim, o palestrante afirmou que apoiados na nova conjuntura política, as comunidades remanescentes de quilombos ganharam força com a mudança constitucional no processo de regulamentação de suas terras. “Desde 1988, o Estado deve emitir o título das terras ocupadas pelos remanescentes de quilombos assegurando os títulos de posse às comunidades oriundas de antigos quilombos”, concluiu Cristiano.

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